Tempo da Quaresma
O Tempo da Quaresma tem quarenta dias, com início na quarta-feira de cinzas e se estendendo até a quinta-feira da Semana Santa, antes da Celebração da Última Ceia do Senhor, quando se inicia o Tríduo Pascal. Esse é um tempo de reflexão e de conversão. Os cristãos se preparam para a Páscoa, a festa maior do calendário, centro fundamental do mistério pascal de Cristo.
Durante a Quaresma, os cristãos têm como tripé de conversão a Oração, a Penitência e a Caridade. A Oração não se restringe a mera repetição de fórmulas prontas, mas à leitura orante da Palavra, que leva a confrontar a própria vida com a vontade de Deus e a uma profunda conversão. A Penitência, expressa no Jejum também não se resume em deixar de ingerir determinados alimentos, ou simplesmente deixar de alimentar-se em alguns dias, mas a penitência deve nos levar à introspecção, à experiência de solidariedade para com os menos favorecidos. A Caridade tem que ter o seu sentido de partilha resgatado, pois esse é o verdadeiro espírito cristão da palavra, dar do que se tem e não do que está sobrando, pois o que nos sobra não nos pertence, o que nos sobra está faltando para alguém. Partilhar é dividir o que temos: "quem tem duas túnicas, dê uma a quem não tem". Esse é um gesto de amor.
A Quaresma é um período de retiro espiritual, onde cada um deve recolher-se e meditar sobre os mistérios da salvação em busca de um novo caminho para a própria vida e também para a sociedade.
O período de quarenta dias remete aos quarenta dias que Jesus passou no deserto, preparando-se para assumir a sua missão; também lembra os 40 anos do povo hebreu no deserto se preparando para entrar na terra prometida; e lembra ainda os 40 dias do dilúvio, e os dias que Moisés e Elias ficaram na montanha. Enfim, simbolicamente é um tempo de preparação para usufruir de uma nova vida, conforme o projeto de Deus.
Catequizar com amor e arte Para catequizar é preciso ser catequizado
Alguém pode imaginar uma pessoa grosseira e mal-educada no papel de educador? Transmitindo conceitos de boa educação, de cortezia?
Certamente que não! Somente será um bom educador quem é bem educado, quem assume como seus os valores do bom relacionamento entre as pessoas e os põe em prática no seu dia a dia.
Assim, também o catequista deve ser uma pessoa que amadureceu na fé, que compreendeu e assumiu os valores cristãos na própria vida, que dá testemunho do Evangelho com as suas ações cotidianas.
Alguém que é comprometido com a causa do Reino e se coloca a serviço da sua construção.
Um catequista que não sabe dar razão da própria fé, não é um bom educador.
O catequista tem que se dedicar constantemente a aprofundar a própria identidade cristã, buscando o "por que?" da sua fé, descobrindo a meta da sua caminhada e o objetivo de fazer esse caminho. Por isso sua formação deve ser contínua e permanente.
O "Ser Cristão" tem que ter coerência na vida do catequista, pois do contrário, sua mensagem será vazia de sentido, apenas palavras jogadas ao vento.
Catequizar com amor e arte Mostrar a saída é condenar a se perder
Quando o catequista se reveste de "sumo sabedor" ou de "dono da verdade" ele pensa que catequizar é dar todas as respostas, mostrar as saídas.
No entanto, quando o catequizando não vivencia as descobertas, não se depara com os desafios, não busca soluções, ficando como mero expectador-ouvinte, ele perde o interesse e deixa cair no esquecimento o que lhe foi transmitido.
Não se pode culpar os catequizandos pela falta de "atenção", é preciso rever o quanto nós, catequistas, estamos lhes dando a oportunidade de descobrirem o caminho que leva a Deus.
O catequista não pode ser como um GPS, que vai mostrando todo o percurso, pois quando ficar sem seu "GPS" ele não saberá por onde seguir.
Ele deve apenas dar o endereço, deixando que o catequizando descubra os vários caminhos a seguir, quais a dificuldades de cada um, qual a distância a percorrer para alcançar seu objetivo e possa escolher o que for melhor.
Somente quem faz a experiência de desbravar os caminhos está capacitado para sobreviver em outras situações semelhantes. O Catequizando tem que conquistar a sabedoria, ser o autor do seu crescimento, pois só assim saberá viver como cristão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário